Conservação do Momento Angular

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Descrição da Experiência

Esta sala de controlo permite confirmar a conservação do momento angular colidindo um disco a rodar com outro inicialmente em repouso. É também possível inferir o momento de inércia através de princípios de conservação de energia.


Ligações

  • Video: rtsp://elabmc.ist.utl.pt/inertiadisks.sdp
  • Laboratório: Intermédio em e-lab.ist.eu
  • Sala de controlo: [indisponível]
  • Nivel: ***


Aparato Experimental

O aparato experimental consiste num motor de disco rígido de computador equipado com um disco de 115 gr. com raio interior 12,5mm e exterior 47,5mm. Um segundo disco com 69 gr. e as mesmas dimensões do primeiro é suspenso acima dele e pode ser largado por um servo-motor.

O motor do aparato pode ser usado como um gerador equipado com uma resistência comutável que serve de travão electromagnético e é comandada por um microcontrolador. A característica de corrente/voltagem de travagem é medida permitindo um cálculo rigoroso da dissipação de energia.


Protocolo - Conservação do Momento Angular

O disco de baixo é acelerado pelo motor até atingir uma velocidade angular seleccionada. Neste instante a alimentação do motor é desligada, o disco fica a rodar livremente e a sua velocidade de rotação vai sendo medida. Quando for atingida uma velocidade escolhida previamente, o servo deixa cair o disco suspenso inicialmente em repouso sobre o disco em rotação.

Os resultados da experiência são fornecidos e traçados graficamente com a velocidade dos discos em função do tempo.

A Figura1 é um gráfico criado no Microsoft Excel a partir da tabela de resultados de uma experiência em que o servo deixa o disco suspenso cair quando o disco inferior atinge 1000 rpm.

Fazendo uma regressão linear entre o início da desaceleração e a queda dos discos, é possível extrapolar a velocidade prevista dos discos em rotação em qualquer instante.


Protocolo Avançado - Medição do Momento de Inércia

Figura 2: Velocidade de rotação em função do tempo após o inicio da travagem electromagnética.
Figura 3: Esquema do circuito eléctrico para medição da tensão.
Figura 4: Tensão entre duas fases durante a travagem.
Figura 5: Extrapolação de w a partir do declive de desaceleração inicial.
Figura 6: Balanço energético final onde se consegue distinguir a componente elétrica da mecânica e, dessa forma, extrapolar o momento de inercial total.

O disco de baixo é acelerado pelo motor do disco rígido até uma velocidade angular seleccionada. Neste instante a alimentação do motor é desligada e o disco fica a rodar livremente. Quando for atingida uma velocidade escolhida previamente, um relé coloca cada enrolamento do motor em paralelo com uma resistência com uma impedância igual à impedância do enrolamento (Figura 3). Estas resistências vão dissipar energia actuando como um travão electromagnético. Tensão aos terminais de uma das resistências e velocidade do disco em função do tempo são fornecidas numa tabela no final da sessão.

As Figuras 2 e 4 são gráficos obtidos partir da tabela de resultados de uma experiência em que o relé liga o travão electromagnético quando os discos atingem 1400 rpm.

Fazendo um ajuste aos primeiros dados da Figura 2 gerados antes de o relé ligar, obtém-se uma recta cujo declive nos fornece a desaceleração angular do disco devido ao atrito, assumida como constante. Pela desaceleração pode-se calcular diferencialmente a perda instantânea do momento angular.

Usando os dados da velocidade dos discos faz-se um balanço da energia dos discos entre cada aquisição. A perda de energia mecânica dos discos terá que ser igual à soma das perdas por atrito mecânico e por dissipação de energia nas resistências.

ΔEmec=ΔEatrito+ΔEelec

A energia de um corpo em rotação é Erot=Iw22

em que I é o momento de inércia, logo, a variação de energia mecânica entre cada aquisição será:

ΔEmec=I(w2n+1w2n)2

em que wn+1ewn

correspondem à velocidade angular experimental do disco em aquisições consecutivas.

Usando o declive a

da reta ajustada à desaceleração inicial derivada do atrito mecânico é possível extrapolar wn+1
para a aquisição seguinte se o relé não estivesse ligado.

wn+1=wn+aΔt

Substituindo este wn+1

extrapolado na equação de variação total de energia é possível calcular a dissipação de energia devido ao atrito mecânico:

ΔEatrito=I(w2n+2wnaΔt+a2Δt2w2n)2

ΔEatrito=I(2wnaΔt+a2Δt2)2

Um conjunto de extrapolações de wn+1

é visível na Figura 5.

A potência dissipada no "atrito eletromagnético" corresponde a P=VI=V2R

A tensão rms aos terminais de um enrolamento corresponde a Vrms=Vmedida32

Na montagem usada, a energia dissipa-se em 3 ramos o que leva a multiplicar por 3. Tanto o enrolamento como a resistência têm uma impedância de 4,7Ω

e por estarem em paralelo a impedância será metade, o que equivale a deixar R=4,7Ω
e multiplicar por 2 a potência.

P=3×2×V2rmsR=3×2×(Vmedida32)21R

P=V2R

A energia dissipada será: ΔEele=PΔt

Em que Δt

é o tempo entre aquisições.

O balanço da energia é feito para cada par de aquisições consecutivas e no final somado: Balanço=ΔEmecΔEatritoΔEelec

Finalmente usa-se a função "goal-seek" do Microsoft Excel para colocar o somatório dos balanços a 0 (zero) iterando o valor do momento de inércia (I).

Usando este método, consegue-se inferir um valor experimental de 1,52×104kgm2

para o momento de inércia.

A Figura 6 ilustra a energia dos discos ao longo do tempo, a energia perdida por atrito e pela travagem eletromagnética e a soma de todas as energias permitindo verificar a conservação de energia ao longo de toda a experiência.

Ora, os discos desta experiência são na verdade coroas circulares de raios interior 12,5mm e exterior 47,5mm. O seu momento de inércia teórico corresponde então a:

I=m(r21+r22)2=0,115(0,01252+0,04752)2=1,387×104kgm2

Calculando o erro em relação ao valor esperado, obtem-se |1,525×1041,387×104||1,387×104|×100=10%

Conclui-se assim que os resultados se desviam dos calculados teoricamente por ~10%. Uma melhoria poderia ainda ser obtida incluindo um termo adicional para o momento de inércia do rotor. Caso seja efetuada a experiência com ambos os discos, poder-se-á efetuar um ajuste considerando o momento de inercia do rotor como parâmetro livre e eliminar este erro sistemático.

Física

Usando as seguintes quantidades:

L - momento angular

I - momento de inércia

ω - velocidade angular

m - massa em rotação.

Tem-se para a conservação do momento angular:

Li=Lf

Iiωi=Ifωf

IiIf=ωfωi

mi(r21+r22)2mf(r21+r22)2=ωfωi

mimf=ωfωi

Obtém-se experimentalmente ωfωi=623950=0,656

enquanto que pela razão das massas mimf=115115+69=0,625

Fazendo um desvio à exatidão |0,6560,625||0,625|×100=4,9%

Conclui-se que a razão das velocidades (experimental) difere 4,9% da razão das massas (teórica), que está de acordo com a conservação do momento angular.

Sabendo as dimensões exatas dos discos (r1=12,5mm,r2=47,5mm

) e acrescentando o momento de inércia do rotor do motor às equações, este acumula o desvio ao esperado e é possível calcular o seu valor aproximado (ou a sua massa, sabendo o seu raio).

Iiωi=Ifωf

(Im+IDi)ωi=(Im+IDf)ωf

Resolvendo em ordem a Im

Im=IDfωfIDiωiωiωf

Ligações